“Tive um sonho estranho”: conheça a teoria da simulação de ameaças

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Você está extremamente atrasado para a prova que decidirá o semestre da faculdade. O trânsito está caótico, parece que todos ao seu redor estão se locomovendo na menor velocidade que é humanamente possível. Após um período que parece interminável, você finalmente chegou e enquanto tenta desesperadamente encontrar a sala correta para a realização do teste, todos os olhares estão focados em você, que acabou de perceber que está completamente nu.

Felizmente, foi só um sonho.

Mesmo não sendo comum sair por aí sem vestir roupas, diversas pessoas já relataram sonhos similares, sendo quase que um sonho universal. Sonhar que estamos atrasados para algo importante, que estamos caindo ou que esquecemos de vestir roupas antes de sair de casa é extremamente comum, mas qual o motivo?

 

O sonho da prova e a simulação de ameaças

Para Francisco Javier Puertas, membro do conselho da Sociedade Espanhola do Sono (SES) e chefe da unidade do sono do Hospital de Liège na Bélgica, “pouco sabemos sobre os sonhos. Mas sabemos que dormir e sonhar têm um papel importante na regulação das emoções e na consolidação da memória”.

Segundo a “teoria da simulação de situações ameaçadoras”, quando nós sonhamos, ensaiamos situações e cenários. Se estamos preocupados com algo relacionado à escola, por exemplo, pode ocorrer de sonhar com uma situação em quem absolutamente tudo parece dar errado para tentar antecipar nossas reações nessa situação.

E se o despertador não tocar? Será que ficarei pronto a tempo? Como encontrar o local certo? Para Puertas, os sonhos em que saímos de casa nus ou vestindo somente roupas íntimas podem estar relacionados à síndrome do impostor, ou seja, o medo irracional de que as pessoas identifiquem nossas conquistas como resultados da sorte ou que não as merecemos.

Com certeza, não é preciso estar frequentando a escola para ter sonhos equivalentes. O ambiente onde o sonho se passa pode variar de pessoas para pessoa, mas o conflito central é sempre o mesmo.

O psiquiatra também aponta que muitas dessas ocorrências não são recentes e que “estão presentes em todas as culturas, porque projetam nossos medos ancestrais”.

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O sonho da perseguição

Segundo Alice Robb, jornalista e autora do livro Why we dream: the transformative power of our nightly journey (por que sonhamos: o poder transformador de nossa jornada noturna), cerca de 6% dos adultos têm um pesadelo por mês.

“O cenário mais comum de um pesadelo é o da perseguição, seguido pelo ataque”. Em seu livro, Robb escreve que as emoções mais comuns quando sonhamos são “impotência, culpa, medo e ansiedade”. Esse dado reforça a teoria da simulação de ameaças, citada anteriormente: nossa mente usa os sonhos a fim de nos preparar para situações difíceis.

 

Cair durante um sonho

Puertas observa que sonhar que estamos caindo tem outra explicação. Quando não estamos acordados, mas também não estamos completamente adormecidos e surgem as imagens e sensações dos sonhos, pode ocorrer a perda momentânea da sensação tátil do corpo apoiado no colchão e nosso cérebro, interpreta essa informação como se estivéssemos caindo.

Nosso corpo vai incorporando informações enquanto dormimos e a fisiologia também pode influenciar o conteúdo de um sonho. Pode-se sonhar com um deserto se a pessoa estiver com sede, ou com um incêndio se estiver com calor. E obviamente, é por esse motivo que às vezes sonhamos que estamos procurando um banheiro ou, em alguns casos, que estamos nadando.

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