Falta de toque pode estar relacionada à problemas para dormir

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Em comparação com pessoas de outras nacionalidades, os brasileiros apresentam a já conhecida tendência de serem mais “carinhosos”. Os beijinhos na apresentação, apertos de mão e abraços são parte do nosso dia a dia, mas com a atual pandemia do coronavírus, diversos hábitos estão sofrendo adaptações e a “necessidade de toque” dos brasileiros não ficou de fora.

Para proteger aqueles que nos rodeiam e a nós mesmos, cada pessoa está fazendo sua parte para garantir a segurança. Como todos sabem, o uso de máscaras, álcool gel e o distanciamento social são algumas das medidas adotadas.

Nessa quarentena, passaram-se datas como o dia das mães e com certeza, você deve conhecer alguém que fez aniversário recentemente. Essas festividades, antes tão marcadas por demonstração de carinho, sofreram transformações.

Um carinho que poderia parecer tão banais quando pensamos em nossa realidade anterior ao coronavírus, mas no momento, muitas pessoas experienciam sentimentos diversos causados pela falta de toque.

Como é de se imaginar, a privação do toque pode afetar emocionalmente as mais diversas pessoas. Mas você sabia que também existe uma relação com problemas de sono durante essa pandemia?

O que diz o Instituto de Pesquisa do Toque?

O Instituto de Pesquisa do Toque da Universidade de Miami, fundado pela médica Tiffany Field, vem ouvindo pessoas que estão em isolamento. O estudo, que ainda está em andamento, mostra que 42% dos entrevistados afirmaram estar sentindo moderada ou muita falta de toque e 97% relataram apresentar problemas para dormir.

Para Field, esses fatores podem estar correlacionados. “Um abraço ou um carinho nas costas estimula receptores de pressão sob a pele que aumenta a atividade do nervo vago (o maior nervo craniano). Estimular esses receptores com massagem ou exercício antes de dormir desacelera o sistema nervoso, diminuindo a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, e permite um sono profundo. Com um sono menos profundo, Há a emissão da substância P (um neurotransmissor que afeta o estresse e respostas emocionais). Com o estímulo dos receptores de pressão por meio de toque e exercícios, o aumento da serotonina (hormônio relacionado ao humor) ‘corta’ o cortisol, hormônio do estresse, e a substância P”.

A pesquisa também mostrou a Field que pessoas com idade entre 20 e 40 anos que vivem sozinhos foram os que mais declararam sentir falta do toque, mas essa sensação tem uma notável diminuição caso a pessoa realize exercícios.

“Atividades como escovar-se no banho, alongar-se, fazer yoga e andar ao redor do cômodo estimulam os receptores de pressão e relaxam o sistema nervoso”, afirma a pesquisadora.

A publicitária Aline Oliveira passa maior parte do tempo trabalhando em seu quarto para proteger os pais idosos. Uma vez por semana, a profissional precisa sair de casa para exercer suas funções e nesses dias, mesmo sem chegar a tocar alguém, relata que dorme muito melhor.

Durante nossas vidas, aprendemos que o cuidado está basicamente ligado ao toque e por isso, no cenário atual é normal sentir uma sensação de desamparo causada pela privação. Mas é necessário manter em mente que a falta do toque nesse momento é essencial para cuidar daqueles que amamos.

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